Um estudo conduzido pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, mediu a influência dos “melhores amigos” na iniciação de adolescentes à bebida alcoólica.
A pesquisa, publicada na revista científicaPediatrics, revela que os jovens cujo melhor amigo consome álcool apresentam o dobro do risco de provar o primeiro gole e podem ser até três vezes mais propensos a começar a beber regularmente.
“Mesmo as crianças que vêm de famílias que apresentam problemas com álcool não recebem a primeira bebida de seus familiares. Eles recebem os primeiros goles de seus amigos”, diz Samuel Kuperman, um dos autores do estudo e psiquiatra de crianças e adolescentes na Universidade de Iowa.
O estudo tomou como base dados extraídos de um grupo de 820 adolescentes de seis locais dos Estados Unidos. Os participantes tinham entre 14 e 17 anos – média de 15,5 anos, quase idêntica à idade típica em que ocorre o primeiro contato com a bebida alcoólica, segundo levantamentos anteriores.
Indicadores
Kuperman e sua equipe estabeleceram cinco indicadores principais que levam os adolescentes a beber, com base em pesquisas prévias e relatórios de institutos americanos dedicados ao assunto. São eles: comportamento perturbador, histórico familiar de dependência de álcool, baixa sociabilidade, e companhia de amigos que bebem.
Os cientistas analisaram, então, como essas cinco variáveis trabalharam em conjunto e descobriram que “ter um melhor amigo que bebe ou tem acesso a bebidas alcoólicas” foi o fator que mais influenciou na iniciação dos jovens.
“O histórico familiar não necessariamente determina a idade do primeiro consumo”, observa Kuperman, que estuda a iniciação dos adolescentes no álcool há mais de uma década.
“O que determina é o acesso. Nessa idade (14 ou 15 anos), esse fator supera todos os demais. À medida que envelhecemos, a história familiar desempenha um papel maior”, avalia Kuperman.
De acordo com os cientistas, o estudo reforça a constatação de que os jovens que começam a beber antes de completar 15 anos são mais susceptíveis a abusar do álcool ou a tornar-se dependentes depois.
Mais de oito em cada dez entrevistados vieram do que os pesquisadores consideram “famílias de alto risco”, embora mais de metade deles não tivesse pais dependentes. Entre os adolescentes que relataram ter consumido bebidas, quase quatro em dez disseram que seus melhores amigos também bebiam.
A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA, pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo e pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas do país.
Fonte: Verdade Gospel e Bem Estar
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