Recentemente estive em uma reunião com determinados líderes e nos foi levantada esta questão, na qual dei uma resposta à mesma e quero compartilhar a tal.
Desde cedo ouvimos que das crianças é o Reino de Deus e que da boca dos pequeninos procede ao perfeito louvor. Até aqui tudo bem, mas muitos pastores ou religiosos, crêem que as crianças ou bebês estão isentos de condenação por não possuírem pecados por estas confissões mencionadas acima.
Ora isto é um grande erro doutrinário. Tais palavras foram mencionadas por Jesus nos evangelhos, como nas referencias de Marcos 10:14; Mateus 19:13-14; Mateus 21:15-16, mas em nenhum momento vemos o Senhor Jesus dizer ou mesmo fazer alguma menção que elas não possuem pecados.
Pelo contrário, Jesus chama a atenção de seus ouvintes para terem cuidados com elas para não se perderem (as crianças eram tidas como pessoas de segunda classe na época de Cristo, eram desprezadas), vemos isto em Mateus 19:14 Jesus reclamando dos seus discípulos pois eles poderiam colocar tropeços para as tais chegarem em seu reino. Vemos também a maior prova que as crianças devem ser tratadas como pessoas que possuem o pecado original (herdado de Adão) em Mateus 18:10-14, o Senhor nos manda não desprezarmos as mesmas, pois não é a vontade de Deus que as crianças se percam! Ele veio salvar o que se tinha perdido.
Note que isto se relaciona com o texto de Salmos 51:5 onde Davi ao confessar seu pecado de adultério, se lembra que esta condição de pecado se originou desde o ventre materno.
Pense assim, que antes da queda do homem, não iria existir a morte nem as enfermidades! Porém com o pecado, tais males atingem a humanidade. Pois bem, se as crianças não têm pecado, então elas não poderiam morrer e nem ficarem enfermas, porque isto só ocorre por causa do pecado!
Diante disto posso dizer que toda criança e até mesmo bebês, fetos e tudo que tem o gene do ser humano, habita ali o pecado.
O que difere a criança de um adulto é a completa consciência das conseqüências de seus atos. Por mais que uma criança compreenda que o que ela está fazendo está errado, como por exemplo, desobedecer a seus pais, jamais alcançaria o entendimento de um adulto com relação a isto.
Todos os pequeninos têm um instinto de maldade neles. Sentem ciúmes por meio da inveja, cobiça, são egoístas, desobedecem, enfrentam os pais, dão birras, murmuram quando não são atendidos em suas vontades. Quero chamar a atenção que para isto, não são ensinados. Ninguém ensina os filhos sentirem cobiça ou serem desobedientes ou birrentos é algo que já nasce com eles, é claro que uns são mais e outros menos, porém todos possuem estas raízes do pecado.
Bem, com todo este aparato, creio que já começou a chegar a uma conclusão. De que até as crianças precisam de Deus.
Voltando um pouco atrás, insta dizer que as crianças que o Senhor Jesus se referia nos textos passados, eram crianças israelitas, ou seja, tinham desde cedo uma aliança com Deus, eram filhos da aliança. E como Jesus tratou uma menina que não era parte da aliança?
Vemos o texto de Marcos 7:24-30 uma mulher pagão intercedendo ao Senhor por sua filha que estava possessa por um demônio. Nas traduções pesquisadas notei que esta filha era uma menina, uma criança. É de se dizer que esta menina ficou desta forma por causa de sua mãe que no mínino deve ter consagrado ela a algum deus pagão. Pelo que Cristo mostrou de primeiro que Ele não tinha parte com quem não fazia parte da aliança com Deus.
O que pegamos com isto, que Deus tem cuidado com os seus, e faz o mesmo com os filhos de quem tem aliança com Ele. Vemos isto em Êxodo 20:5-6.
O novo testamento tem um texto que é forte sobre isto. Em 1 Coríntios 7:14 diz: “Porque o marido descrente é santificado pela mulher e a mulher descrente é santificada pelo marido. Doutra sorte, os VOSSOS FILHOS SERIAM IMUNDOS; mas, agora são santos (separados – filhos da aliança)”.
Podemos concluir pegando tudo que foi dito aqui e resumir dizendo:
Que as crianças são pecadoras (independente se são ou não filhos de crentes);
Precisam de Deus em suas vidas;
Deus tem uma ligação mais fácil com elas do que com os adultos;
Deus tem uma aliança em separado com os filhos de quem temem a Ele.
Finalizando então, é muito complicado dizer que todas as crianças estão salvas, mas também é complicado dizer que só os filhos dos que servem a Deus estão salvos (porque as tais, mesmo que pecadoras, possuem uma inocência que falta nos adultos).
Posso então colocar de duas maneiras a resposta final assim:
· Todas as crianças são salvas, mesmo as que não tem um conhecimento do Deus verdadeiro e nem são filhas da aliança, pela misericórdia de Deus, pois são ignorantes com relação a palavra de Deus;
· Somente as crianças que tem Deus em seu coração ou são filhos de pais que os consagram à Ele é que são salvas, as demais se morrerem estão perdidas por não pertencerem a aliança.
Em ambas não há qualquer injustiça! Na primeira creio que é o pensamento da maioria, sendo assim, não vou me aprofundar. Com relação à segunda resposta e creio que é a mais polêmica, por contrariar o bom senso das pessoas, devemos levar em conta a SOBERANIA de Deus.
Temos textos na palavra que nos ensinam a entender a soberania de Deus, como 1 Coríntios 29:11-12; Salmos 135:6; Salmos 62:11; Jeremias 10:12-13. De todos os citados, só faltou Romanos 11:33-36 que é o mais profundo no tema, por se tratar de um rejeição de um povo e acolhimento do outro, ou seja, algo que parece injusto se pegarmos os capítulos passados de Romanos, mas que a sabedoria de Deus por meio de sua soberania, mesmo que não compreendida, está muito mais elevada que nossas conclusões.
Estou querendo dizer que por mais que seja terrível a verdade desta segunda resposta, temos que entender que a soberania e sabedoria de Deus está acima de nossos “bons sensos de justiça”, porque o pecado levou e tem levado a humanidade para a perdição e isto engloba do mais velho até o mais jovem.
Que Deus nos abençoe e não deixe de orar e pregar para as crianças, pois independente das respostas, todas precisam de Deus.
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Deus é ou não onisciênte?
http://templojovemvirtual.blogspot.com/2011/09/deus-e-ou-nao-onisciente.html
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