Um dos maiores erros desta
dita igreja que não erra, bem como por um papa que se diz infalível por ser o
representante do Filho de Deus aqui na terra, foi as famosas “Indulgências” que
veio a ser o maior estopim para a reforma protestante.
Indulgência, segundo o
conceito romanista, são a remissão do castigo temporal devido aos pecados,
perdoados quanto à sua culpa, pelo poder das chaves, sem os sacramentos, pela
aplicação dos méritos que se contém nos tesouro da Igreja.
O papa Leão X escreveu uma
bula especial sobre indulgências dizendo que o pontífice romano, como possuidor
do poder das chaves, pode conceder perdão total para os pecados de qualquer
pessoa, viva ou morta (os mortos saiam mais cedo do purgatório). Os
contemplados com a indulgência papal estavam livres de qualquer castigo, ou
seja, podre estava “lascado”.
Qual a origem das
indulgências? Na igreja primitiva, severas penas eram infligidas aos que cometiam
quaisquer pecados, quer públicos, quer particulares, especialmente a proibição
de participar da Ceia do Senhor ou de ter comunhão com a Igreja por certo
tempo. Foram regras que o concílio de Nicéia deu aos bispos. Deu-lhes
autoridade para suavizar ou suspender o castigo do modo que achassem mais
razoável. Esses favores chamados indulgências ou perdões. Depois de alguns
séculos, porém, já com a ocorrência de muitos abusos, os papas perceberam que
tinham um instrumento poderoso nas mãos.
Se pudessem convencer os
homens de que tinham o poder de conceder o perdão de pecados, poderiam exercer
plena influencia sobre a consciência do povo. Se pudessem ao mesmo tempo induzi-los
a comprar indulgências, aumentariam grandemente a riqueza da Sé. No século
XI, pois, quando o domínio dos papas já se aproximava de seu auge e o seu poder
era quase irresistível, eles arrogaram para si a prerrogativa de conceder
indulgências, e isso levou-os aos maiores excessos.
O que antes era útil para a
disciplina na Igreja passou a ser um serviço vendido de forma escandalosa em um
ambiente já dominado pela corrupção. Os que compravam a “remissão plenária”,
por exemplo, tinham perdoados todos os pecados – presentes, passados e futuros.
Ou seja, não importava quantos pecados cometessem, o perdão já estava
garantido. Foi essa prática abominável umas das causas principais da Reforma
Protestante.
A história do sistema de
indulgências é refutação suficiente a essa doutrina. O leitor poderá conhecer o
assunto mais a fundo consultando livros sobre a história da reforma
protestante, Jesus disse a Pedro: “Apascentas as minhas ovelhas” (João 21:17). O detestável dogma das
indulgencias não tem o apoio de Cristo.
Tomás de Aquino dizia que a
Igreja (romana) é infalível, mas a história mostra seus inúmeros erros. A venda
de indulgências é prova dessa afirmação.
As indulgências são incompatíveis
com a doutrina da justificação pela fé, da santificação pelo Espírito Santo, de
uma vida piedosa e obediente, da promessa de perdão a todos os que
verdadeiramente se arrependem e creem no Evangelho. Elas levaram povos
ignorantes à perdição, animando-os a pecar e a depreciar os méritos de Cristo e
a graça do Espírito Santo. A doutrina de indulgencias não é baseada em
testemunho algum da Escritura. Ao contrário, é repugnante à Palavra de Deus.
Hoje em dia não se tem mais
no catolicismo as indulgencias, porém sempre vemos as ditas “rezas pelos mortos”
ou intercessão. Isto não passa de ser um mesmo princípio ou uma herança das
indulgencias.
Que Deus vos abençoe e um
povo que esquece a história está fadado a reviver os erros do passado!
Grande parte do texto foi extraído do livro Manual Prático de Teologia de Eduardo Joiner.
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